Condeixa-A-Nova

(clicando no canto inferior direito das fotos, pode ampliá-las)


Fomos recebidos pela banda que tocava enquanto se desfraldavam as bandeiras de França, Alemanha, País de Gales e Portugal.


A Associação de Amizade Condeixa e os Municípios Geminados foi constituída em 1995 com o principal objectivo de envolver a comunidade civil no espírito da Geminação.
Esta associação resulta da geminação de Condeixa-a-Nova com Bretten (Alemanha), Longjumeau (França), Pontypool (País de Gales) e Idanha-a-Nova (Castelo Branco).




Palácio dos Figueiredos
Situado no Largo Artur Barreto, este palácio pertenceu aos Condes de Portalegre. Encontrando-se num estado algo degradado, foi restaurado e ampliado em meados do séc. XVII. Após esta restauração, o palácio viria a ficar conhecido pelo Paço dos Figueiredos de Condeixa e pelo Paço do Capitão-Mor. À semelhança de outros edifícios importantes, foi incendiado durante as invasões francesas. Nos dias de hoje, o edificio alberga a Câmara Municipal, sendo também os Paços do Concelho.
Possuidor de uma notável arquitectura, a sua entrada abre-se num pátio interior, de onde se elevam duas escadarias, ligadas entre si por uma varanda, cuja abertura se apoia numa série de colunas. Catorze janelas rasgam a sua frontaria, onde se destaca o brasão de armas dos Figueiredo. À frente do edifício, existe um monumento erguido em memória dos combatentes mortos na I Guerra Mundial, que se julga ter sido o primeiro do género a ser construído no nosso país.

A origem do brasão provisório da vila assenta na apreciação feita pelo príncipe Alemão Lichnowsk, que ao visitar de passagem Condeixa-a-Nova e surpreendido pela beleza que a circundava e pela sua fantástica vegetação toda florida, a definira como um cesto de flores. Venceslau Martins de Carvalho, mais tarde Presidente da Câmara, aproveitou o que disse o príncipe e tomou como emblema heráldico da vila um cesto de flores, adquirindo a gravura que fez apor no "Código de Posturas Municipais", publicada no mesmo ano. Este emblema, que passou a ser considerado como brasão, foi mandado colocar nos paços de concelho, nos candeeiros de iluminação pública, fontes, etc. Posteriormente, a secção de Heráldica da Associação de Arqueólogos Portugueses definiu as armas da Vila da seguinte forma:
Armas:De azul, com uma faixa de prata, com um açafate de vermelho, com flores das suas cores. Em chefe, duas palmas de ouro cruzadas em aspa. Em contra-chefe, quatro espigas de trigo de ouro atadas em ponta de vermelho, acompanhando uma romã da sua cor, aberta de vermelho e sustida e folhada de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com os dizeres: - "Vila de Condeixa-a-Nova" de negro.Bandeira:Esquartelada de amarelo e vermelho. Cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança douradas.Selo: Circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro dos círculos concêntricos os dizeres "Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova". Como o metal e esmalte principais nas armas são o ouro e o vermelho, a bandeira é esquartelada de amarelo (que corresponde ao ouro) e de vermelho.Quando destinada a cortejos ou outras cerimónias, a bandeira é de seda e bordada e terá a área dum metro quadrado. Quando se destina a ser arvorada, é de filete e terá dimensões apropriadas, podendo neste caso dispensar a representação das armas. O azul indicado para o campo de armas é o que na Heráldica significa zelo, lealdade e caridade. A faixa é de prata, metal que detona humildade e riqueza. O vermelho do açafate é o esmalte que significa força, vida, energia e actividade. As flores que existe por toda a parte são das suas cores. As palmas, representativas dos sacrifícios, que a Vila sofreu com a invasão Francesa, são de ouro por ser este o metal que significa fé, fidelidade e liberdade. As espigas representativas da riqueza agrícola regional, são cor do mesmo metal atadas de vermelho. A romã, representando heraldicamente a abundância de frutos, é da sua cor, aberta de vermelho e sustida e folhada a ouro, esmaltes cuja significação já se descreveu. Com estas peças e estes esmaltes, parece ficarem bem representadas a história e as riquezas da região, assim como a índole dos seus naturais.
Apresentado o parecer em sessão de Câmara Municipal, de 12 de Janeiro de 1938, foi ele devidamente apreciado e por ela unanimemente votado.

O lugar de Condeixa-a-Nova esteve sempre intimamente ligado a Conimbriga, cidade luso-romana nascida no séc. II a.c., da qual só restam presentemente as suas ruínas. Implantada num promotório rochoso entre dois vales, ladeada meridionalmente pelo Rio Caralio (hoje Rio dos Mouros) e setentrionalmente pela planície, Conimbriga conheceu um periodo de crescimento e prosperidade que durou mais de 4 séculos. Com o declínio do império romano e após as invasões Bárbaras, Conimbriga terá sido definitivamente abandonada depois da reconquista do território de Coimbra por Afonso II das Astúrias, no séc. XI d.c. Os poucos habitantes que ficaram, fundaram a actual Condeixa, mais a norte.

Em meados do século XIII, Condeixa ocuparia uma área não superior a 800 m2, entre a igreja e a actual Rua Nova. A primeira referência em manuscritos data do ano de 1219 onde Condeixa-a-Nova aparece assim mencionada, para se distinguir de outra Condeixa (a Velha). Julga-se que inicialmente o povoado era um "casal chamado Outeiro", no meio de terrenos pertencentes a diversos morgados proprietários. Só no século XVI é que o lugar foi elevada a freguesia, pois conta-se que D. Manuel I passou por aqui em 1502, a caminho de Santiago de Compostela, tendo-lhe concedido foral, a 3 de Julho de 1514, a pedido dos seus habitantes.

Na época quinhentista, Condeixa era uma das principais localidades da zona de Coimbra, sendo já atravessada pela Estrada de Lisboa (antiga E.N.1, actual IC2). Com a epopeia marítima dos Descobrimentos, Condeixa conhece franca prosperidade e são construídos alguns palácios e solares, habitados por famílias nobres, dos quais se destacam o Palácio dos Sotto Mayor, Palácio dos Sás e Palácio dos Figueiredos, entre outros. É neste periodo que é construída a melhor arquitectura barroca da vila.


Este progresso viria a ser abruptamente interrompido pela 3ª Invasão Francesa, em Março de 1811. As tropas de Napoleão comandadas pelo General Massena, depois de derrotadas no Buçaco, semeiam terror e destruição na vila e arredores, saqueando e ateando fogo aos principais edifícios de Condeixa, onde nem se quer a igreja foi poupada.

Com a implementação da República e no primeiro quarto do século XX, Condeixa vive outro periodo de desenvolvimento e progresso. Em 1900 já havia 414 fogos habitacionais e 1692 habitantes. Até aos dias de hoje, Condeixa passou por alguns altos e baixos, tendo sofrido com o êxodo das populações rurais para as grandes cidades e com as Guerras de Ultramar, que levaram muitos jovens.



Um artista local, pintou estes magníficos azulejos que se encontram no interior da Câmara Municipal.










Foram nossos guias o Dr. Miguel Pessoa e a Dra. Teresa Sena. Valiosíssimas as explicações do Dr. Pessoa sobre Conímbriga.


Teresa Sena, uma pintora nascida em Condeixa-a-Nova, que teve a gentileza de nos mostrar a sua terra.




A Igreja Matriz de Condeixa-a-Nova. É difícil precisar a época da primitiva construção, mas conta-se que D. Manuel I, quando da sua passagem por esta vila (Sec. XVI), viu que a igreja era muito pequena e velha, motivo por que mandou construir uma outra mais espaçosa. A igreja foi incendiada durante as Invasões Francesas do séc. XIX, tendo sido posteriormente reconstruída, ficando com o aspecto neoclássico que possui presentemente.
A capela-mor dispõe-se num plano quadrado e é coberta por uma abóbada estrelada, pertencente ao traçado primitivo. O retábulo da capela é setecentista. Das outras capelas destaca-se a de S. Francisco, com elementos renascentistas, a do Sacramento e uma outra mais pequena, cujo altar é um exemplar do neo-renascimento Coimbrão. Na porta principal pode ser observado o escudo e a coroa usados no reinado de D. Maria I.








Santa Cristina
A origem do distintivo do Boavista está aqui. Quem doou o terreno para a construção do estádio do Boavista, fez questão que o clube adoptasse o símbolo do seu brazão, aqui presente na Igreja Matriz de Condeixa-A-Nova.






Castellum de Alcabideque



Proveniente do árabe "al" e do latim "caput aquae", que significa captação de água, a povoação de Alcabideque possui um importante monumento da época romana. Situado a cerca de 3 Km Conimbriga, o Castellum de Alcabideque é uma pequena torre de construção romana que servia essencialmente para captar e elevar a água para o seu posterior transporte, através de um aqueduto, até à cidade de Conimbriga. O aqueduto ora é subterrâneo ora assenta numa sapata junto ao solo, até aos últimos 170 metros onde passa a correr sobre arcos, (que eram 16, restando apenas um) e mais tarde sobre um paredão, voltando a ser subterrâneo e acabando nas grandes termas da cidade. Tem uma extensão total de 3550 m. A época de construção remonta provavelmente ao séc. I onde o aqueduto integrou-se no plano de urbanização da cidade de Conimbriga, na época de Augusto. Mais tarde, na época de Cláudio, passa a funcionar como esgoto, sendo a água distribuída por canos de chumbo. No séc. III/IV foram construídas duas cisternas provavelmente solidárias com o sistema de defesa. Depois das Invasões Bárbaras e da destrição do aqueduto, foi abandonada a sua funcionalidade. Presentemente é tido como monumento historico-cultural, estando a torre de captação inserida num bonito lago, na povoação de Alcabideque.






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